terça-feira, 12 de junho de 2012

Fotos

Fim do nosso 1° semestre 

Na ordem: Caroline Natividade, Paula Santos, Claudia Castro, Roque Mota, Almevane Moura e Jose Carlos.

A equipe reunida com a professora e orientadora Lícia Margarida

sábado, 9 de junho de 2012

O Pisicológo não adivinha nada


O PSICÓLOGO NÃO ADIVINHA NADA

Psicólogo não tem bola de cristal nem é bruxo da sociedade contemporânea. Ele dispõe, apenas, de um conjunto de técnicas e de conhecimentos que lhe possibilitam compreender o que o outro diz, compreender as expressões e gestos que o outro faz, integrando tudo isso em um quadro de análise que busca descobrir as razões dos atos, dos pensamentos, dos desejos, das emoções. O psicólogo possui instrumentos teóricos para desvendar o que está implícito, encoberto não-aparente e, nesse sentido, a pessoa, grupo ou instituição tem um papel fundamental, pois o psicólogo não pode ver nada na bola de cristal ou nas cartas. Para poder trabalhar, ele precisa que as pessoas falem de si, contem sua história, dialoguem, exponham suas reflexões. O psicólogo pode, junto com o paciente, desvendar razões e compreender dificuldades, caracterizando-se, assim, sua intervenção. Poderíamos dizer de uma forma talvez um pouco exagerada, que as pessoas sabem muito sobre si mesmas; no entanto, o psicólogo possui instrumentos adequados para auxiliar o indivíduo a compreender, organizar e aplicar esse saber, permitindo a sua transformação e a mudança da sua ação sobre o meio.

A PSICOLOGIA AJUDA AS PESSOAS A SE CONHECEREM MELHOR

A Psicologia, como ciência humana, permitiu-nos ter um conhecimento abrangente sobre o homem. Sabemos mais sobre suas emoções, seus sentimentos, seus comportamentos; sabemos sobre seu desenvolvimento e suas formas de aprender; conhecemos suas inquietações, vivências, angústias, alegrias. Apesar do grande desenvolvimento alcançado pela Psicologia, ainda há muito o que pesquisar sobre o psiquismo humano e, tentar conhecê-lo melhor, é sempre uma forma de tentar conhecer-se melhor. Mas é importante fazermos aqui alguns esclarecimentos sobre isso... Os conhecimentos científicos, construídos pelo homem, estão todos voltados para ele. Mesmo aqueles que lhe parecem mais distantes foram construídos para permitir ao homem uma compreensão maior.

Referências:
http://pt.scribd.com/doc/49881209/cap-10-psico

Métodos Quantitativos em Psicologia

1. CONCEITO TEÓRICO
1.1 – ESTATÍSTICA
É a ciência que dispõe de processos apropriados para recolher, organizar, classificar, apresentar e interpretar conjuntos de dados.  A estatística fornece-nos as técnicas para extrair informações de dados, os quais são muitas vezes incompletos, na medida em que nos dão informações úteis sobre o problema em estudo, não realçando, no entanto, aspectos importantes.
O objetivo da Estatística é extrair informações dos dados para obter uma melhor compreensão das situações que representam.

1.1.2 – MÉDIA
A média amostral ou simplesmente média, que se representa por é uma medida de localização do centro da amostra.
1.1.3 – MEDIANA
A mediana, m, é uma medida de localização do centro da distribuição dos dados.
1.1.4 - MODA
Moda para um conjunto de dados define-se moda como sendo: o valor que surge com mais freqüência  se os dados são discretos, ou, o intervalo de classe com maior freqüência se os dados são contínuos. Assim, da representação gráfica dos dados, obtém-se imediatamente o valor que representa a moda ou a classe modal.
1.1.5 – DESVIO PADRÃO
O desvio padrão é uma medida que só pode assumir valores não negativos e quanto maior for, maior será a dispersão dos dados.
Algumas propriedades do desvio padrão, que resultam imediatamente da definição, são:
o desvio padrão é sempre não negativo e será tanto maior, quanta mais variabilidade houver entre os dados.
se s = 0, então não existe variabilidade, isto é, os dados são todos iguais.

2. INTRODUÇÃO
Entendem-se como Transtornos Mentais e Comportamentais as condições caracterizadas por alterações mórbidas do modo de pensar e/ou do humor (emoções), e/ou por alterações mórbidas do comportamento associadas à angústia expressiva e/ou deterioração do funcionamento psíquico global. Os Transtornos Mentais e Comportamentais não constituem apenas variações dentro da escala do "normal", sendo antes, fenômenos claramente anormais ou patológicos. Baseado na Organização Mundial de Saúde – OMS – ONU
Um comportamento anormal ou um curto período de anormalidade do estado afetivo não significa, em si, a presença de distúrbio mental ou de comportamento. Para serem categorizadas como transtornos, é preciso que essas anormalidades sejam persistentes ou recorrentes e que resultem em certa deterioração ou perturbação do funcionamento pessoal, em uma ou mais esferas da vida. Os Transtornos Mentais e Comportamentais se caracterizam também por sintomas e sinais específicos e, geralmente, seguem um curso natural mais ou menos previsível, a menos que ocorram intervenções. Nem toda deterioração humana denota distúrbio mental.
As pessoas podem sofrer angústia em virtude de circunstâncias pessoais ou sociais e, a menos que sejam satisfeitos todos os critérios necessários para o diagnóstico de determinado distúrbio, essa angústia não constituirá distúrbio mental. Há diferença, por exemplo, entre um estado afetivo deprimido e depressão doença, o primeiro surgindo como resposta a uma determinada circunstância estressante e a outra como uma doença franca.

3. TRANSTORNOS MENTAIS NO BRASIL
Transtornos mentais atingem 23 milhões de pessoas no Brasil
Política prioriza doenças graves, mas as mais comuns são depressão, ansiedade e transtornos de ajustamento.
No Brasil, 23 milhões de pessoas (12% da população) necessitam de algum atendimento em saúde mental. Pelo menos 5 milhões de brasileiros (3% da população) sofrem com transtornos mentais graves e persistentes.
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, apesar de a política de saúde mental priorizar as doenças mais graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar, as mais comuns estão ligadas à depressão, ansiedade e a transtornos de ajustamento. Em todo o mundo, mais de 400 milhões de pessoas são afetadas por distúrbios mentais ou comportamentais. Os problemas de saúde mentais ocupam cinco posições no ranking das dez principais causas de incapacidade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Dados da OMS indicam que 62% dos países têm políticas de saúde mental, entre eles o Brasil. No ano passado, o País destinou R$ 1,4 bilhão em saúde mental.
Desde a aprovação da chamada Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216/2001), os investimentos são principalmente direcionados a medidas que visam a tirar a loucura dos hospícios, com a substituição do atendimento em hospitais psiquiátricos (principalmente das internações) pelos serviços abertos e de base comunitária.
Em 2002, 75,24% do orçamento federal de saúde mental foram repassados a hospitais psiquiátricos, de um investimento total de R$ 619,2 milhões. Em 2009, o porcentual caiu para 32,4%. Uma das principais metas da reforma é a redução do número de leitos nessas instituições. Até agora, foram fechados 17,5 mil, mas ainda restam 35.426 leitos em hospitais psiquiátricos públicos ou privados em todo o paíA implementação da rede substitutiva - com a criação dos centros de Atenção Psicossocial (Caps), das residências terapêuticas e a ampliação do número de leitos psiquiátricos em hospitais gerais - tem avançado, mas ainda convive com o antigo modelo manicomial, marcado pelas internações de longa permanência.
O País conta com 1.513 Caps, mas a distribuição ainda é desigual. O Amazonas, por exemplo, com 3 milhões de habitantes, tem apenas quatro centros. Dos 27 estados, só a Paraíba e Sergipe têm Caps suficientes para atender ao parâmetro de uma unidade para cada 100 mil habitantes.
Em todo o Brasil, há 564 residências terapêuticas, que abrigam 3.062 moradores.

4. COMENTÁRIOS
Os Transtornos Mentais e Comportamentais se caracterizam também por sintomas e sinais específicos e, geralmente, seguem um curso natural mais ou menos previsível, a menos que ocorram intervenções. Nem toda deterioração humana denota distúrbio mental.
As pessoas podem sofrer angústia em virtude de circunstâncias pessoais ou sociais e, a menos que sejam satisfeitos todos os critérios necessários para o diagnósticos de determinado distúrbio, essa angústia não constituirá distúrbio mental. Há diferença, por exemplo, entre um estado afetivo deprimido e depressão doença, o primeiro surgindo como resposta a uma determinada circunstância estressante e a outra como uma doença franca.
Diferentes modos de pensar e se comportar, entre diferentes culturas, podem influenciar a maneira pela qual se manifestam os Transtornos Mentais. Assim, as variações normais determinadas pela cultura não devem ser rotuladas como Transtornos Mentais, da mesma forma como, também, não podem ser tomadas como indicações de distúrbio mental as crenças sociais, religiosas e/ou políticas. Essas nuances étnicas e culturais fazem parte da chamada Psiquiatria Transcultural.

REFERÊNCIAS
www.psiqweb.med.br (último acesso dia 21/05/12 às 23:36)
www.agênciabrasil.com.br (último acesso dia 21/05/12 às 23:38)
blog.opovo.com.br/blogdoeliomar/afastamentos-por-doencas-mentais-disparam-no-pais/
(último acesso dia 21/05/12 às 23:59)











Educação das Emoções


Caminhoneiro age por impulso

Raimundo Vegas, um caminhoneiro dedicado, trabalhador, homem simples e esforçado. Lá vai senhor Raimundo transportando grandes cargas pelas estradas do Brasil.
 Em uma dessas cidades conheceu a Senhora Júlia Paes, e dessa união nasceu Júlio Vegas Neto, conhecido por todos como Neto. Dentro da boleia do caminhão viajava sempre a família compartilhando de tudo, da insegurança das estradas, dos concertos do velho caminhão, enfim, Neto cresceu vendo o papai consertando o caminhão e sempre se aproximava para consertar também, ainda que fosse só de brincadeira.

O senhor Vegas parou certa vez em um posto de combustível e começou a pensar: “É! Já está na hora de parar e comprar um caminhão para mim, assim darei a minha família uma vida melhor, eu serei meu próprio patrão”.

E fixou residência em uma cidadezinha do país, que servia de rota para suas viagens. 
Em certo dia, o senhor Raimundo, chega  em casa depois de alguns longos anos de trabalho e, todo orgulhoso, chama sua esposa a senhora Júlia Paes para ver seu lindo caminhão, o primeiro que conseguira comprar após todos aqueles longos anos de sufoco, e que a partir daquele dia, seria seu próprio patrão. Estaciona o veículo e alegremente vai ao banheiro tomar uma ducha, pois estava cansado da viagem.

Ao chegar à porta de sua casa, encontra seu filhinho Neto de 6 anos martelando alegremente a lataria do reluzente caminhão.
Irado, aos berros o senhor Raimundo pergunta o que  Neto  estava fazendo e, sem medir as conseqüências, no meio de seu furor,  martela impiedosamente as mãos do seu filho, que se põe a chorar sem entender o  que estava acontecendo.
A senhora Júlia, corre em socorro do  filho, mas pouco pôde fazer. “Raimundo o que você fez com o nosso filho?!”
Chorando junto ao filho consegue trazer o  marido à realidade e, juntos o levam ao hospital, para fazer um curativo nos  machucados provocados.

 Passada várias horas de cirurgia, o médico  desconsolado, bastante abatido, chama os pais e informa que as dilacerações  foram de tão grande extensão, que todos os dedinhos da criança tiveram que ser  amputados, mas que de resto o menino era forte e tinha resistido bem ao ato cirúrgico, devendo os pais aguardá-lo acordar no quarto.
 Ao acordar, o  menino foi só sorriso e disse ao pai:
 “Papai, me desculpe, eu só queria  consertar seu caminhão, como você me ensinou outro dia. Não fique bravo comigo!”
 O pai enternecido, disse que não tinha mais importância, que já nem estava mais bravo e que não havia estragado a lataria do seu caminhão.
 O menino com os olhos radiantes perguntou: Pai
 quer dizer que não está mais bravo comigo?
 Não! - respondeu o pai.
Se estou perdoado papai,  quando meus dedinhos vão nascer de novo?

Agir por impulso pode trazer grave conseqüência que já mais será apagada.

Texto de: Diego  Rogério
Adaptado pela Equipe: Neurônios da FCA

Fundamentos Filosóficos e Epistemológicos da Psicologia


INTRODUÇÃO

A Psicologia é uma ciência que estuda os comportamentos e processos mentais, partindo da sua descrição para a explicação desses comportamentos de modo a poder prever e controlar as respostas comportamentais. Também podemos defini-la como um conjunto de conhecimentos que serve para distinguirmos a nós mesmos, e compreender os modos de ser (pensar, sentir e fazer) de nossos semelhantes, ou seja, é o estudo das funções mentais e das atividades pessoais.
Etimologicamente o termo Psicologia é formado dos radicais: LOGUS refere-se a estudo ou discurso, e PSYCHE (figura mitológica grega) alma ou espírito. Segundo Platão, a psique (como é escrita atualmente) é a vida mental do ser humano. Unindo os radicais teremos o conceito central de Psicologia: “estudo da alma (ou da vida mental, segundo Platão) do ser humano.
Este termo, estudo da alma, fica, no entanto, extremamente abrangente, além de permitir alguma confusão entre ciência, religião e misticismo. Mesmo com estas dificuldades, nos séculos XVIII e XIX houve filósofos interessados em estudar a mente humana. Duas grandes correntes do pensamento filosófico desta época foram o empirismo inglês (seu maior representante foi John Locke - 1632-1704), e o racionalismo alemão, ambas tentando entender o funcionamento da mente humana, cada uma sob um viés.
Os empiristas entendiam que nada poderia chegar à mente sem que tivesse passado primeiro pelos sentidos (olfato, tato, visão, audição ou paladar, ou seja, sensações físicas), e que a “mente” seria o “lugar” onde estas sensações seriam impressas, registradas e guardadas, para uso presente ou futuro. Os racionalistas acreditavam que a mente seria, ao contrário, uma instância ativa e produtiva, com capacidade para gerar idéias, recordar, raciocinar e desejar, sem depender diretamente de qualquer estímulo do meio (ou mais apropriadamente das sensações).


1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SURGIMENTO DO FUNCIONALISMO.
1.1 O surgimento da Psicologia
Como atingir o estatuto de ciência? Esta foi a questão que se colocou nos finais do século XIX à Psicologia e que obteve respostas diferenciadas, levando diversos autores a definirem objetos e métodos específicos, consoante os problemas estudados.
No ano de 1879, acontece o nascimento da Psicologia enquanto ciência, quando Wilhelm Wundt (1832-1920) juntamente com o seu discípulo Edward Bradford Titchener (1867-1927), influenciados pelo ponto de vista dos filósofos empiristas, criaram o primeiro laboratório de Psicologia na Universidade de Leipzig, Alemanha.
Neste momento iniciou o caminho que levou a Psicologia a atingir o estatuto de ciência. Começa por definir como objeto da psicologia o estudo da mente: O estudo da mente (ou consciência) faz-se ao nível do consciente do homem pela análise dos elementos simples da mente, à semelhança da divisão em átomos da realidade. Para Titchener as operações mentais não eram mais do que a organização de sensações elementares, procurando relacioná-las com a estrutura do sistema nervoso.
No laboratório, em Leipzig, procurou-se conhecer a forma como se relacionam e associam os elementos da consciência: é a concepção Associacionista dos comportamentos.
Para atingir este objetivo, vai utilizar como método a introspecção (observação interna), mas de um modo controlado. Observadores treinados deveriam, no laboratório, descrever as suas próprias experiências, resultantes de uma situação experimental definida, os dados eram depois relacionados e interpretados por uma equipe de psicólogos. Ocorria que após a apresentação de um estímulo visual ou som teriam de descrever as sensações recorrendo a um conjunto definido de termos para maior objetividade.
As pesquisas iam investigando principalmente os processos de percepção humana sobre as sensações recebidas do meio, na tentativa de encontrar os princípios por onde estes elementos simples (as sensações) se associariam entre si e com outras informações para produzir percepções complexas (tomadas de significado pessoal), com o objetivo de tentar entender o que podemos chamar de “conteúdo mental”, e a estrutura da mente, acreditando que essas estruturas poderiam ser analisadas em elementos ou partes. Mais tarde o estruturalismo seria difundido na América do Norte por E.B. Titchener, discípulo de Wundt. Logo em seguida surge o Funcionalismo.


1.2 Escolas Psicológicas
A Psicologia Científica ganhou status de ciência a partir do momento que se liberta da filosofia e a produção de novos conhecimentos que passam a definir o seu objeto de estudo, qual seja o comportamento, a vida psíquica, a consciência. Delimitando-se o campo de estudo diferenciou-se de outras áreas do conhecimento, como a filosofia e fisiologia. Os primeiros 80 anos da Psicologia como ciência, caracterizam-se como o período chamado de época das escolas. Este período foi até em torno de 1960, quando a pretensão de cada escola de ser uma explicação completa e coerente para os fenômenos mostrou-se inviável, pois a quantidade de informação produzida questionando cada uma das escolas era tamanha, que produziu o “rompimento” das escolas. Isto levou a uma abertura em relação ao diálogo entre as correntes, ao contrário da posição vigente anteriormente, fechada e “absolutista”. Em alguns casos, levou à visão de complementaridade entre correntes de pensamento.
As Escolas foram o Estruturalismo 1880-1920 Wundt; Tichener Mente; Consciência Experimentação Introspecção Funcionalismo 1900 Dewey; Carr; Woodwort Adaptação ao meio; Reações funcionais dos comportamentos Introspecção Experimentação Behaviorismo 1915-1960 Pavlov; Watson; Skinner Comportamento Experimentação Psicanálise 1900-1950 Freud Jung Erikson Motivação inconsciente; sexualidade; desajustes Associação de idéias; análise dos sonhos Gestalt ou Psicologia da forma 1915 -1960. Neste estudo iremos nos ater ao Funcionalismo.


2 FUNCIONALISMO

A psicologia funcionalista surge nos Estados Unidos em oposição à psicologia titcheneriana. É representada por autores como J. Dewey, (1859), J. Angel (1869-1949) e H. A. Carr (1873-1954). Os princípios funcionalistas se converteram em escolas no final do século XIX, e justamente em duas das mais novas universidades americanas: Chicago e Columbia. Nessas escolas marca-se o que se pode designar como orientação funcionalista propriamente dita. A escola de Chicago com Dewey, Angell e Carr e a de Columbia com Thorndike e Woodworth.
Angell coloca em chegue qualquer possibilidade de uma psicologia estruturada em elementos mentais. O aspecto estrutural do psiquismo deve ser buscado não nos seus supostos elementos, mas nas funções, atos ou processos mentais. A psicologia deve reconhecer em sua análise estrutural não os elementos como sensações, sentimentos, mas atos como julgar, perceber, recordar. Para Angell a psicologia se torna mais funcional do que a biologia, pois não apenas  o funcional precede  e produz o estrutural, como também ambos representam duas faces de um mesmo fato.
A escola de Columbia toma a adaptação em sentido mais comportamental e ancorado em aspectos motivacionais. Thorndike, em seus experimentos sobre a inteligência animal, não supõe mais a solução dos problemas como governada por uma consciência selecionadora de respostas, mas um conjunto casual de respostas que são selecionadas por seus efeitos de satisfação. Esta é sua clássica Lei do Efeito. Ao substituir a consciência pelo acaso, não apenas adequa o seu modelo ao darwinismo, como abre caminho para o behaviorismo.  “Aqui o ajuste do organismo ao meio se realiza através de um conjunto de mecanismos casuais, mecânicos e possíveis de controle, concedendo, portanto, plenos poderes aos psicólogos, enquanto engenheiros da conduta.” (Ferreira e Gutman, 2005, pág. 136).
Os psicólogos funcionalistas definem a psicologia como uma ciência biológica interessada em estudar os processos, operações e atos psíquicos (mentais) como formas de interação adaptativa. Partem do pressuposto da biologia evolutiva, segundo o qual os seres vivos sobrevivem se têm as características orgânicas e comportamentais adequadas a sua adaptação ao ambiente. 
Consideram as operações e processos mentais (como a capacidade de sentir, pensar, decidir, etc.) o verdadeiro objeto da psicologia e o estudo desse objeto exigem uma diversidade de métodos. Não excluem a auto-observação, embora não aprovem a introspecção experimental no estilo titcheneriano, porque esta seria muito artificial. Não confiam totalmente na auto-observação, dadas as suas dificuldades científicas: é impossível conferir publicamente se uma auto-observação foi bem feita e, por isso, é difícil chegar a um acordo baseado em observações desse tipo. Considerando a adaptação como a função última da consciência, então serão as funções e não os elementos mentais que devem ser alvo de investigação. Figueiredo e Santi (2004) destacam que apesar do movimento funcionalista como um movimento à parte e independente ter se dissolvido, várias das idéias fundamentais dessa escola estão presentes em muito do que se faz até hoje no campo da pesquisa psicológica. “Na verdade, a maior parte do que se produziu e se produz no campo da psicologia, entendida como ciência natural, pode ser interpretada como diferentes versões do pensamento funcional.” (Figueiredo e Santi, 2004, pág. 65).
Na abordagem funcionalista a adaptação não se refere a um processo filogenético, mas antes de tudo, ontogenético, ligado à adaptação individual. O conceito de adaptação deixa de expressar uma relação de sobrevivência em um meio, e passa a significar uma “melhor vivência neste”, tornando-se, pois, um conceito qualitativo. Essa melhor vivência, esse equilíbrio, não se refere apenas a um meio físico, mas antes de tudo, a um meio social. Estar adaptado é antes de tudo estar ajustado às demandas do meio social, sejam elas quais forem.
Ferreira e Gutman (2005) relatam que a necessidade de estar conforme ao meio social justifica-se pela extrapolação de um conceito biológico a um significado social. É confiando no valor deste conceito que os psicólogos em sua prática zelarão pelo “equilíbrio social”. E a psicologia funcional não se interessa apenas pelo estudo da adaptação. Ela deseja igualmente se transformar em um instrumento de adaptação, promovendo-a. E isto ocorre graças à postura pragmatista, na qual o valor de um conhecimento está calcado em suas conseqüências práticas. 
E desta forma o conhecimento psicológico deve se mostrar vital. Só que a utilidade buscada não diz respeito ao indivíduo, mas à sociedade como um todo. O meio social não é apenas regulador, mas também finalidade da adaptação. A adaptação psicológica visa ajustar a sociedade a si própria, através do manejo dos indivíduos, especialmente os desadaptados. “O psicólogo entra nesse contexto como um engenheiro social da utilidade, buscando promover à moda UTILITARISTA, o maior bem possível. Transforma-se assim a utilidade individual em patrimônio social.” (Ferreira e Gutman, 2004, pág. 137) 


3 CONTRIBUIÇÕES E INFLUÊNCIAS DO FUNCIONALISMO


Pode-se entender que o funcionalismo tem como objeto os comportamentos e atividades mentais como adaptação, os métodos são comparativo, a introspecção e a experimentação. A contribuição do funcionalismo pode ser percebida em diferentes áreas da Psicologia, como a Psicologia social, da aprendizagem, das organizações, ergonomia, educacional e clínica. As três grandes influências sofridas pelo sistema foram: a teoria da evolução de Charles Darwin, os estudos sobre a capacidade humana e diferenças individuais de Galton, e por fim, o estudo do comportamento animal de Roamnes e Morgan. Começou com Willian James (1842 - 1910) por volta de 1900. Sua força deriva, em parte, da oposição ao estruturalismo. O nome psicologia funcional cabe a uma Psicologia que procura responder exata e sistematicamente a “o que fazem os homens?” e “por que o fazem?”
Os pesquisadores associados à fundação do funcionalismo não tinham ambição de criar uma nova escola de Psicologia. Eles protestavam contra as limitações da Psicologia de Wundt e pelo estruturalismo de Titchener, mas não desejavam substituí-los. Paradoxalmente, foi o próprio Titchener que pode ter “fundado” a Psicologia funcional ao adaptar a palavra estrutural em oposição a funcional, assinalando as diferenças entre ambas. Ao estabelecer o funcionalismo como oponente, Titchener acaba por torná-lo visível, dando nome ao novo movimento, contribuindo para a sua divulgação.
Como visto, os funcionalistas estudavam a mente não do ponto de vista da sua composição (uma estrutura de elementos mentais), mas como um aglomerado de funções ou processos que levam conseqüências práticas ao mundo real
De fato os funcionalistas muitas das descobertas feitas nos laboratórios dos estruturalistas. Não faziam objeções à introspecção nem se opunham ao estudo experimental da consciência. A sua oposição voltava-se para as definições anteriores de Psicologia que eram desprovidas das considerações acerca das funções utilitárias e práticas da mente.


4 REPRESENTANTES DO FUNCIONALISMO

Os psicológicos William James, John Dewey e James Cattel foram os principais representantes do funcionalismo. Estes psicólogos se interessaram pelas funções mentais (no que a mente faz, tais como perceber, recordar, etc..) e no “como” estas funções poderiam permitir a interação e adaptação entre o indivíduo e o meio, mais do que na estrutura mental propriamente dita (o que a mente é). Foi a partir destes teóricos que problemas práticos como a aprendizagem, a medida de diferenças individuais, o efeito das condições ambientais na indústria, etc. foram tomados para estudo.
Tanto o estruturalismo como o funcionalismo puro já não existem mais, e foram substituídos por outras correntes de pensamento psicológico, tais como Behaviorismo, Gestaltismo, Psicanálise e Humanismo, mas foi graças a estes movimentos que a conceituação de Psicologia passou a ser a de “ciência que estuda o comportamento humano”, e tomando corpo de ciência passa a seguir alguns critérios organizados e sistematizados para suas investigações, como por exemplo, da capacidade de generalizar, de comprovar e experimentar para poder reproduzir, em outros locais ou culturas, os mesmos resultados.

                                  
5 WILLIAM JAMES (1820-1903)

William James foi o principal precursor da Psicologia funcional é considerado ainda hoje por muitos como o maior psicólogo americano. Mas, mesmo quando trabalhou ativamente em psicologia, manteve-se independente recusando-se a ser absorvido por qualquer ideologia, sistema ou escola. James não foi seguidor nem fundador, nem discípulo nem líder mas, embora não tenha fundado a Psicologia funcional escreveu e pensou com clareza e eficácia dentro da atmosfera funcionalista.
James afirma que “a Psicologia é a Ciência da Vida Mental, tanto em seus fenômenos comodas suas condições” (James, 1890). O termo “fenômenos” é usado para indicar que o objeto de estudo se encontra na experiência imediata. James reconhece a consciência como sendo o ponto fulcral de grande interesse. Ele acredita que é possível investigar estados de consciência examinando a própria mente por meio da introspecção, sendo este o objeto e respectivo método de estudo, de acordo com James.
Uma das maiores contribuições de James foi a sua Teoria da Emoções. Supunha-se que a experiência subjetiva de um estado emocional precede a expressão ou ação corporal física, por exemplo, se vemos um urso assustamo-nos e fugimos, logo o medo surge antes da reação corporal de fuga. James inverte esta noção, afirmando que o despertar de uma resposta física precede o surgimento da emoção, especialmente nas emoções que designou de "mais rudes" como o medo, a raiva, a angústia e o amor. De acordo com James, no exemplo anterior, vemos o urso, fugimos, e então temos medo. Para validar a sua teoria, James recorreu à observação introspectiva de que, se as mudanças corporais como o aumento dos batimentos cardíacos, a aceleração da respiração e a tensão muscular não ocorressem, não haveria emoção. 
O funcionalismo tornou-se parte da principal corrente da Psicologia americana.  A sua precoce e vigorosa oposição ao estruturalismo teve um grande valor para o desenvolvimento da Psicologia dos Estados Unidos. Também foi importante a transferência da ênfase da estrutura para a função, uma das conseqüências deste aspecto foi a pesquisa sobre o comportamento animal, que não fazia parte da abordagem estruturalista e que veio a ser um elemento fundamental da Psicologia. 
A Psicologia funcionalista incorpora também estudos de bebes, crianças e indivíduos com atrasos mentais. O funcionalismo permitiu que os psicólogos complementassem o método da introspecção com outras técnicas de obtenção de dados, como a pesquisa fisiológica, testes mentais, questionários e descrições objetivas do comportamento. No entanto, o funcionalismo já não existe hoje como escola distinta de pensamento. Devido ao seu sucesso, já não há necessidade de se manter como uma escola e deixou a sua marca na Psicologia americana contemporânea, especialmente coma a ênfase na aplicação dos métodos e das descobertas da Psicologia a problemas do mundo real.



 
6 CRÍTICAS AO FUNCIONALISMO

 Os ataques ao movimento funcionalista vieram dos estruturalistas. Uma das críticas foi ao próprio termo que não estava claramente definido. Os funcionalistas foram acusados de, por vezes, usarem o termo função para descrever uma atividade e outras vezes para se referirem à utilidade.
Uma outra critica, apresentada especialmente por Titchener, relacionava-se com a definição de Psicologia. Os estruturalistas afirmavam que o funcionalismo nada tinha de Psicologia, pois não se restringia ao objeto de estudo e à metodologia do estruturalismo. De acordo com Titchener, qualquer abordagem que não fosse à análise introspectiva da mente em seus elementos, não era Psicologia, no entanto era exatamente esta a definição de Psicologia que os funcionalistas questionavam e se empenhavam em substituir. 
Outros críticos censuram o interesse dos psicólogos funcionais por atividades de natureza prática  ou aplicada. Os estruturalistas não viam com bons olhos a Psicologia aplicada. Atualmente, a Psicologia aplicada está muito disseminada e isto pode ser considerado uma contribuição do funcionalismo, e não um defeito.
 A Psicologia "interessa-se por dar as contribuições que puder a todos os campos afins de pensamento e de ação, como a filosofia, a sociologia, a educação, a indústria, a medicina, o direito, os negócios e a indústria. É claro que todo o conhecimento sobre a natureza humana tem extrema utilidade para qualquer campo de atividade relacionado de qualquer modo com o pensamento e a ação do Homem" (Harvey A. Carr).



CONCLUSÃO

O funcionalismo caracteriza-se pela ênfase na natureza dinâmica e mutável da atividade mental, descobre como o pensamento, as emoções e outros processos satisfazem as necessidades do organismo e como o organismo se ajusta ao meio ambiente. Ela é a escola que destacou os atos ou processos mentais como objeto de estudo da psicologia, em oposição às escolas estruturalistas que destacam os conteúdos conscientes. Por outras palavras, o estudo definirá “para que é” a mente e não “o que é a mente”. Opuseram-se ao Estruturalismo porque não aceitavam a análise da consciência em pensamentos, imagens e sentimentos. Para os funcionalistas a consciência exerce uma atividade adaptativa e é também um instrumento destinado a ajustar a ação. Dito de outra forma, a consciência seria um instrumento destinado a resolução de problemas. O Funcionalismo teve William James com um de seus pioneiros.



BIBLIOGRAFIA
Dicionário Técnico de Psicologia, Álvaro Castro e Eva Nick, Editora Cultix, 13ª Edição.
MARX H. Melvin; HILLIX A.William. Sistemas e Teorias em Psicologia. 12 ed.São Paulo, Cultrix, 1999.
Freire, Izabel. Raízes da Psicologia

Endereço eletrônico:
http://www.prof2000.pt/users/isis/psique/unidade1/index.htm